{"id":22,"date":"2008-08-03T01:30:29","date_gmt":"2008-08-03T04:30:29","guid":{"rendered":"http:\/\/informago.wordpress.com\/2008\/08\/03\/a-origem-do-arroba"},"modified":"2021-04-01T11:40:04","modified_gmt":"2021-04-01T14:40:04","slug":"a-origem-do-arroba","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blog.lucianoreis.com\/2008\/08\/03\/a-origem-do-arroba\/","title":{"rendered":"A Origem do Arroba"},"content":{"rendered":"\n

Na idade m\u00e9dia os livros eram escritos pelos copistas \u00e0 m\u00e3o.\u00a0 Precursores da taquigrafia, os copistas simplificavam o trabalho substituindo letras, palavras e nomes pr\u00f3prios, por s\u00edmbolos, sinais e abreviaturas. N\u00e3o era por economia de esfor\u00e7o nem para o trabalho ser mais r\u00e1pido. O motivo era de ordem econ\u00f4mica: tinta e papel eram valios\u00edssimos.<\/p>\n\n\n\n

Foi assim que surgiu o til (~), para substituir uma letra (um “m” ou um “n”) que nasalizava a vogal anterior. Um til \u00e9 um enezinho sobre a letra, pode olhar. O nome espanhol Francisco, que tamb\u00e9m era grafado “Phrancisco”, ficou com a abreviatura “Phco.” e “Pco”. Da\u00ed foi f\u00e1cil o nome Francisco ganhar em espanhol o apelido Paco.<\/p>\n\n\n\n

Os santos, ao serem citados pelos copistas, eram identificados por um feito significativo em suas vidas. Assim, o nome de S\u00e3o Jos\u00e9 aparecia seguido de “Jesus Christi Pater Putativus”, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde os copistas passaram a adotar a abreviatura “JHS PP” e depois “PP”. A pron\u00fancia dessas letras em seq\u00fc\u00eancia explica porque Jos\u00e9 em espanhol tem o apelido de Pepe.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 para substituir a palavra latina et (e), os copistas criaram um s\u00edmbolo que \u00e9 o resultado do entrela\u00e7amento dessas duas letras: &. Esse sinal \u00e9 popularmente conhecido como “e comercial” e em ingl\u00eas, tem o nome de ampersand, que vem do and (e em ingl\u00eas) + per se (do latim por si) + and.<\/p>\n\n\n\n

Com o mesmo recurso do entrela\u00e7amento de suas letras, os copistas criaram o s\u00edmbolo @ para substituir a preposi\u00e7\u00e3o latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de “casa de”.<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Veio a imprensa, foram-se os copistas, mas os s\u00edmbolos @ e & continuaram a ser usados nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o n\u00famero de unidades da mercadoria e o pre\u00e7o – por exemplo: o registro cont\u00e1bil “10@\u00a33” significava “10 unidades ao pre\u00e7o de 3 libras cada uma”.\u00a0 Nessa \u00e9poca o s\u00edmbolo @ j\u00e1 ficou conhecido como, em ingl\u00eas, “at” (a ou em).<\/p>\n\n\n\n

No s\u00e9culo XIX, nos portos da Catalunha (nordeste da Espanha), o com\u00e9rcio e a ind\u00fastria procuravam imitar pr\u00e1ticas comerciais e cont\u00e1beis dos ingleses.\u00a0 Como os espanh\u00f3is desconheciam o sentido que os ingleses atribu\u00edam ao s\u00edmbolo @ (a ou em), acharam que o s\u00edmbolo seria uma unidade de peso – por engano . Para o entendimento contribu\u00edram duas coincid\u00eancias:<\/p>\n\n\n\n

1- a unidade de peso comum para os espanh\u00f3is na \u00e9poca era a arroba, cujo “a” inicial lembra a forma do s\u00edmbolo;<\/p>\n\n\n\n

2- os carregamentos desembarcados vinham freq\u00fcentemente em fardos de uma arroba.\u00a0 Dessa forma, os espanh\u00f3is interpretavam aquele mesmo registro de “10@\u00a33” assim: “dez arrobas custando 3 libras cada uma”. Ent\u00e3o o s\u00edmbolo @ passou a ser usado pelos espanh\u00f3is para significar arroba.<\/p>\n\n\n\n

Arroba veio do \u00e1rabe ar-ruba, que significa “a quarta parte” arroba (15 kg em n\u00fameros redondos) correspondia a \u00bc de outra medida de origem \u00e1rabe (quintar), o quintal (58,75 kg).<\/p>\n\n\n\n

As m\u00e1quinas de escrever, na sua forma definitiva, come\u00e7aram a ser comercializadas em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados).\u00a0 O teclado tinha o s\u00edmbolo “@”, que sobreviveu nos teclados dos computadores.<\/p>\n\n\n\n

Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletr\u00f4nico (e-mail), Roy Tomlinson aproveitou o sentido “@” (at -em Ingl\u00eas), dispon\u00edvel no teclado, e utilizou-o entre o nome do usu\u00e1rio e o nome do provedor. Assim Fulano@ProvedorX ficou significando: “Fulano no provedor (ou na casa) X”.<\/p>\n\n\n\n

Em diversos idiomas, o s\u00edmbolo “@” ficou com o nome de alguma coisa parecida com sua forma:
– Italiano: Chiocciola (caracol)
– Sueco: Snabel (tromba de elefante)
– Holand\u00eas: Apestaart (rabo de macaco).<\/p>\n\n\n\n

Em outros idiomas, tem o nome de um doce em forma circular:
– Israel: Shtrudel
– \u00c1ustria: Strudel
– V\u00e1rios pa\u00edses da Europa: Pretzel<\/p>\n\n\n\n


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